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segunda-feira, 8 de abril de 2013

Nota da CSP-Conlutas e do SINTICMA sobre a greve dos operários em Belo Monte

A CSP-Conlutas e o SINTICMA (Sindicato dos Trabalhadores da Indústria da C. Civil e da Madeira de Altamira-PA) estão dedicando todos os seus esforços no apoio à greve dos operários de Belo Monte, que teve início na última sexta-feira.

Acreditamos que esse deve ser o papel de todas as organizações dos movimentos sociais que mantenham um mínimo de compromisso com a luta contra toda forma de injustiça. Nesse caso, especialmente das entidades sindicais, tendo em vista que estamos falando de uma greve por reivindicações básicas de direitos trabalhistas.


Causa-nos repulsa ver a agilidade e voracidade com que organizações do movimento sindical, como fez hoje a FENATRACOP (Federação Nacional dos Trabalhadores na Indústria da Construção Pesada), entidade a qual o SINTRAPAV-PA (Sindicato dos Trabalhadores da Construção Pesada do Estado do Pará) tem ligação, que em meio a um conflito trabalhista extremamente oprimido pela a ação da Força Nacional de Segurança e do Batalhão de Choque da Polícia Milita do Pará, lança uma nota à imprensa e simplesmente não tece uma linha em defesa da luta daqueles operários e reproduz o mesmo discurso das empreiteiras do CCBM (Consórcio Construtor Belo Monte).

Todos sabem das inumeráveis mazelas à que estão submetidos àqueles operários e todo o povo trabalhador de Altamira. Belo Monte tem sido palco do resurgimento de todas as heranças malditas do período da ditadura militar, desde as péssimas condições de trabalho, os baixos salários e direitos, a militarização que impera no canteiro até a criminalização dos movimentos sociais como um todo, com prisões de operários e ativistas. Também temos obervado o aumento da criminalidade e os grotescos episódios de exploração sexual espalhados pela cidade e seu entorno. Assim o que se espera é que os movimentos sociais se unifiquem para poder enfrentar os responsáveis por tudo isso, ou seja, o Governo Federal, Estadual e as empreiteiras.

Nesse momento a greve se explica e se justifica pela pauta elaborada e protocolada, junto aos CCBM, pelos próprios trabalhadores com o nosso mais irrestrito apoio. As reivindicações somam 35 itens, entre eles: 40% de adicional por confinamento; baixada de 3 meses para todos; desfiliação geral do SINTRAPAV; fim do 5 por 1; equiparação salarial; fim do desvio de função, entre outros. Como se pode ver uma pauta trabalhista, que por si só, desmente as afirmações contidas na nota da citada federação que “comemora” o acordo firmado pelo SINTRAPAV-PA.

Saibam todos que os operários de Belo monte só têm direito a visitar suas famílias, num intervalo de 90 dias, após completarem 180 dias de trabalho; É isso que está assinado pelo sindicato, dito representante legal da categoria. Pra quem não é do ramo da construção é bom informar que nessas obras a rotatividade gira em torno de 80% anualmente, isso, na prática, leva a que a grande maioria seja privada do direito a ver seus familiares, para ficar em só exemplo.

Chamamos todas as entidades do movimento a apoiar incondicionalmente a luta desses companheiros e denunciar os responsáveis por esta opressão, exploração e repressão, começando por Dilma, pelo Governo do Estado até a omissão e conivência do SINTRAPAV-PA.

Ainda mais agora depois de termos presenciado no dia de ontem (6 de abril) uma operação da Força Nacional “organizando” centenas de operários, que estavam na passeata, para que fossem imediatamente demitidos pelo CCBM, alguns inclusive colocado em uma van, escoltados e retirados de Altamira; um absurdo!

A busca pela unidade de todo o movimento na defesa dos interesses de nossa classe tem sido uma de nossas obsessões e é por isso que, além de estarmos ao lado dos operários e operárias de Belo Monte, estamos organizando, para o próximo dia 24, uma grande marcha à Brasília para denunciar a política econômica do Governo Dilma, dizer não à proposta de Acordo Coletivo Especial e exigir a anulação da reforma da previdência compradas com a corrupção do Mensalão.

Todo apoio à greve dos operários de Belo Monte!
Fora as tropas da Força Nacional de Segurança!
Por salários e direitos iguais em todas as obras do país!


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